Tuesday, September 18, 2007

Entrevista: Abbe Robinson

Autora da curta-metragem Private Life, apresentada em secção competitiva nesta edição do festival, a realizadora britânica Abbe Robinson trocou algumas palavras por ocasião, esta semana, da sua passagem por Lisboa.


Não são frequentes filmes de época sobre temáticas queer. Como se lembrou de o fazer?
Estava a ler uma história social gay e lésbica de Inglaterra. E descobri histórias de pessoas que viviam no Norte de Inglaterra que me pareceram muito interessantes. Além disso, gosto muito de filmes de época… Os anos 40 a 60 são a minha época favorita. Interessou-me, portanto, contar esta história, desta época, o que nunca havia sido feito.

Há elementos colhidos do real nesta ficção?
Apenas a história de pessoas que trabalhavam nas fábricas a Norte de Inglaterra, que tinham de sair das suas pequenas povoações e viajar até às grandes cidades mais próximas para poder encontrar outras pessoas. O resto é ficção.

Foi uma produção longa?
Escrevi o primeiro esboço do script em 2000, a partir de uma ideia de mostrar pessoas a trocar de roupa e toda a ambiguidade que isso poderia sugerir. E cresceu a partir daí… Depois levei seis anos à procura de meios para financiar o filme, porque ninguém acreditava que se podia fazer uma curta metragem de época. E por isso não queriam arriscar.

Usou espaços reais nas filmagens…
Perto de onde vivo havia lugares muito bons. E durante esses seis anos fui procurando lugares ideais. Espaços que não exigissem muitas alterações, porque não tínhamos dinheiro para isso.

Que carreira tem feito o filme?
Tem sido mostrado em muitos festivais, na Europa e na América. Têm gostado dele na América… Gostam dos filmes históricos ingleses. Fascinam-nos.. E já ganhou sete prémios, o que me surpreendeu.