Saturday, September 26, 2009

'Were The World Mine'
encerra hoje o Queer Lisboa 13

Pelas 21.00 a Gala de Encerramento apresenta os vencedores do Queer Lisboa 13 nas várias secções competitivas. Depois, às 22h00 é exibido o filme Were The World Mine, de Tom Gustafson.

Se tivesses uma poção mágica, quem farias apaixonar-se loucamente por ti? Timothy, especialista em alienar-se da deprimente realidade do seu liceu através de espectaculares sonhos musicais, consegue responder a esta pergunta de forma bastante real. Depois de o seu excêntrico professor o ter escolhido para o papel de Puck no Sonho de Uma Noite de Verão, ele encontra uma receita, escondida no guião, que lhe permite criar uma poção mágica algo queer… Armado com a poção, Timothy ganha novo alento quando consegue impor uma nova realidade à sua volta, ao tornar gay a conservadora população da sua cidade. Começa, claro, pelo jogador de râguebi dos seus sonhos. Apanhando a sua família, amigos e até inimigos, neste caos do amor, Timothy força-os a participar no seu sonho musical. Os caminhos do amor sempre foram dúbios, mas no final desta comovente comédia de enganos musical, baseada na prolífica e premiada curta-metragem Fairies, de Tom Gustafson, esse caminho tem um final feliz. Com um imaginário vibrante, um elenco de primeira ordem, e inovadoras criações musicais que nada devem ao pop / rock e à Broadway contemporânea, Were the World Mine procura desafiar os limites do actual panorama do cinema gay e do cinema musical.

Pop francesa no feminino
hoje às 18.00 na Sala Buondi


QUEER POP 2
Ela e ela (e em francês)

Telediscos comentador por Nuno Galopim e João Lopes

Zazie, Un Point C’est Tout (França, 1996), de Didier Le Pecheur
Zazie, Adam & Yves (França, 2002), de Mathieu Saliva
Zazie, Sucre Salé (França, 1992), de Pascal d’Hoeraene
Zazie, Slow (França, 2004), de Didier Le Pecheur
Zazie, Tout Le Monde (França, 1998), de Jean-Baptiste Mondino
Mylène Farmer, Dégénération (França, 2008), de Bruno Avillan
Mylène Farmer, California (França, 1996), de Abel Ferrara
Mylène Farmer, Sans Logique (França, 1989), de Laurent Boutonnant
Mylène Farmer, Que Mon Coeur Lâche (França, 1992), de Luc Besson
Mylène Farmer, Libertine (França, 1986), de Laurent Bouronannt
Zazie, Je Suis Un Homme (França, 2007), de Yves Attai
A sessão é de entrada livre.

Carlos Conceição apresenta
'Duas Aranhas' na Sala 3 às 15h15

O realizador português Carlos Conceição estará hoje, pelas 15h15, na Sala 3 do Cinema São Jorge para apresentar a sua curta metragem Duas Aranhas.

Uma história numa alvorada mostranos, em Duas Aranhas, duas mulheres, uma delas quase a ser mãe.

Friday, September 25, 2009

'O Feiticeiro de Oz'
hoje no Queer Lisboa 13

O filme O Feiticeiro de Oz, de Victor Flemming é hoje exibido pelas 19h30 na Sala 1 do Cinema São Jorge. Antes, pelas 19h00, no Espaço da Memória, o crítico de cinema João Lopes evoca connosco aquela que é uma das divas maiores da comunidade queer, no momento em que se assinalam os quarenta anos sobre a sua morte.

Baseado no conhecido romance de Frank L. Baum, O Feiticeiro de Oz conta a história da pequena Dorothy Gale que vive no Kansas com os tios Em e Henry. Ao tentar salvar o seu querido cão Toto das garras da assustadora Miss Gulch, é apanhada por um tornado que a transporta para o Maravilhoso Mundo de Oz. Aí chegada, mata acidentalmente a Bruxa Má do Este e conhece Glinda, a Bruxa Boa do Norte. Pouco depois, encontra-se a caminho da Cidade de Esmeralda a fim de encontrar o Feiticeiro de Oz, a única pessoa quepode enviá-la de volta ao Kansas. Durante a viagem, encontra três companheiros inesperados (um espantalho que anseia por um cérebro, um homem de lata que precisa de um coração e um leão em busca da suacoragem) e enfrenta os inúmeros perigos que a assustadora Bruxa do Oeste coloca no seu caminho.

Kitty Steffens apresenta 'Watch Out'
pelas 21h30 na Sala 3

A actriz Kitty Steffens estará hoje presente, pelas 21.30, na Sala 3, na apresentação do filme Watch Out, que integra a Secção Queer Art.

Watch Out é a história de Jonathan Barrows, um homem que se apaixona por si mesmo, literalmente. Ele sente-se atraído pelo seu próprio corpo, leva a cabo uma relação erótica com um boneco insuflável parecido consigo, e tem prazer em rejeitar as insinuações dos seus muitos admiradores. Jonathan acaba por cair num submundode padres carnívoros e prostitutas polacas viciadas em Prozac, acabando eventualmente por assassinar a diva pop mais popular do mundo. “Vocês, estranhas criaturas”, declara ele, “para Mim, não passam de uma refeiçãonesse restaurante de comida rápida que é a vida.” Mas quem acabará por ser devorado? Filmado num estilo visual apelativo que seguramente surpreenderá o mais acomodado dos espectadores, Watch Out é baseadono êxito literário de Joseph Suglia e está destinado a tornar-se num clássico de culto.

Shocking Pinks:
Luísa Cunha

She’s there (2009)
A constatação da presença de uma mulher. Uma mulher de olhar fotográfico.
O espaço fotográfico é ocupado não pela presença física de Annie Leibovitz, mas por uma caixa preta que é invólucro de um vídeo que, por sua vez, apresenta aquela mulher fotógrafa ocupando espaços na sua actividade processual de observação e captação de imagens. Processos esses decorridos num tempo real, mas que não corresponde ao tempo real da observadora. As camadas da presença e do olhar de Annie Leibovitz materializadas na caixa com o vídeo, em posição ‘invertida’, estão envoltas, num primeiro momento, por um banal saco de plástico branco, o qual funciona simultaneamente como uma tela em branco pronta a exibir imagens ou um véu semi-cobrindo a intimidade de um olhar e, num segundo momento, pelo registo fotográfico da minha obra She’s there. Exposições Individuais
2009; 2008; 2007; 2007; 2007; 2006; 2006; 1998/99
Exposições Colectivas
2009; 2009; 2009; 2009; 2009; 2008; 2007; 2007; 2007; 2007; 2007; 2007; 2007; 2006; 2006; 2005; 2004; 2004; 2004; 2004; 2003; 2003; 2002; 2001; 2001; 2000; 2000; 2000; 1997; 1997; 1997; 1996; 1996; 1996; 1995; 1994; 1994; 1993; 1993

Thursday, September 24, 2009

Realizadores apresentam 'Rainhas'
hoje às 17h15 na Sala 3

Os realizadores brasileiros Fernanda Tornaghi e Ricardo Bruno apresentam hoje, pelas 17h15, na Sala 3, o documentário Rainhas.

Fábio, um rapaz oriundo de uma pequena cidade de província, tem um sonho: transformar-se na próxima MissBrasil. O documentário acompanha Fábio na jornada que o leva da sua cidade natal, perto do Amazonas, até à fabulosa Rio de Janeiro, onde um pouco conhecido concurso nacional de beleza, Miss Gay Brazil, mobiliza as vidas de centenas de homens que por todo o país partilham o mesmo sonho: ser coroado a mais bela brasileira.

A queda do muro de Berlim
hoje no Espaço da Memória


19.00-21.30

Dia da Queda do Muro de Berlim
Clássicos Comentados: Westler
A propósito das celebrações dos vinte anos da queda do Muro de Berlim, exibimos pelas 17h30 o filme Westler: East of the Wall (1985) de Wielend Speck, justamente considerado um dos clássicos da cinematografia queer. Para comentá-lo teremos connosco um dos actores do filme, Christoph Eichhorn.

Felix, residente em Berlim Ocidental, resolve levar um amigo americano a visitar Berlim Oriental, onde conhecem o jovem Thomas. Felix rapidamente se apaixona por Thomas e as visitas ao outro lado do Muro repetem-se nas semanas seguintes. No entanto, o recolher obrigatório impede que possam passar toda uma noite juntos oucriar qualquer tipo de vida em comum. Felix é obrigado a voltar a Berlim Ocidental no final de cada dia e Thomas nem sequer pode atravessar a fronteira. Dilacerado por esta prisão forçada, Thomas decide tentar fugirpara o Ocidente.

Shocking Pinks:
João Leonardo

Usando uma variedade de meios, o trabalho de João Leonardo resiste a formas de categorização convencionais. A exploração do corpo, em toda a sua dimensão fisica e espiritual, assim como o conceito de repetição e de tempo, são temas centrais em toda a sua obra. Paisagens psicológicas criadas por desejos contraditórios, escolhas éticas e a força dos impulsos de destruição e criação no comportamento humano são também aspectos frequentemente abordados na sua obra.
Formalmente, é possível distinguir dois corpos de trabalho distintos: videos-performativos, por vezes fisica e emocionalmente violentos ou escatológicos, que abordam e questionam temas como a identidade, a masculinidade e as relações sociais e humanas. Um outro corpo de trabalho consiste no conjunto de colecções de objectos relacionados com a vida diária do artista, reunidos em esculturas, colagens e instalações e que formam calendários ou arquivos visuais – trabalhos processuais que por vezes são completos em 10 anos de recolecção obsessiva.

João Leonardo nasceu em Odemira, em 1974. Vive e trabalha em Lisboa e Malmö, Suécia. Em 2009 conclui o Mestrado em Fine Arts na Malmö Art Academy, Universidade de Lund, Suécia. Licenciado em História da Arte pela F.C.S.H., Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 1996. Estudou Design Gráfico na Billy Blue School of Graphic Arts em Sydney entre 1999 e 2001, e completou o Programa de Estudos Independentes na Maumaus - Escola de Artes Visuais, Lisboa, entre 2002 e 2005. Realizou as seguintes exposições individuais: Timeline, Galeria 111, Lisboa, 2009; Time After Time, KHM Gallery, Malmö, Suécia, 2008; As Time Goes By..., Galeria 111, Lisboa, 2006; João Leonardo, Arte Contempo, Lisboa, 2006 e The Mews, Londres - com Franko B. - em 2009. Participa em inúmeras exposições colectivas desde 2003, das quais se destacam: Em Jogo / On Side, Centro de Artes Visuais, Coimbra, 2004. De Dentro / Inside, National Center of Contemporary Art, Moscovo, 2006. Em 2007: Depósito - Anotações Sobre Densidade e Conhecimento, Reitoria da Universidade do Porto; Stream, White Box, Nova Iorque; Objecto / Simulacro, Hospital Julio de Matos - Pavilhão Polivalente, Lisboa; Crossing Borders, Palladium, Malmö. Em 2008: Where are you from? / De onde vens?, Faulconer Gallery, Grinnell College, Grinnel, Iowa, E.U.A.; Hardware / Software, Skatfell Center for Visual Arts, Seydisfjördur, Islandia; E-Flux Video Rental, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; My Name Is Red, Galeria Furini, Arezzo, New Video Art From Europe, Blow 111, Londres; Poetic Madness and The Romantic Imagination, Rise Galery, Berlim. Em 2009: Corpo, Densidade e Limite, MACE, Museu de Arte Contemporanea, Elvas; Em Bragança, Centro de Arte Contemporanea Graça Morais, Bragança; A Iminencia da Queda, Galeria Diário de Notícias, Lisboa; Equinócio de Verão, Galeria 111, Lisboa. Em 2005 ganha o Prémio EDP – Novos Artistas.

Wednesday, September 23, 2009

Hoje evocam Amália
às 21h00 no Espaço da Memória

19h00-21h30

ESPAÇO LOUNGE, ESPAÇO DA MEMÓRIA
Dia da Amália Showcase: Amália Hoje, pelo grupo musical Hoje

Aproveitando os dez anos sobre a morte da Rainha do Fado, o colectivo Hoje apresenta às 21h00 um pequeno showcase do seu recente trabalho Amália Hoje, acompanhado de conversa com o público.

Filme de Gregg Araki
lançado em DVD na Sala Buondi

O filme The Living End, de Gregg Araki é hoje editado em DVD no mercado português pela Zon Lusomundo. Com o título Viver até ao Fim, o filme será apresentado pelas 17h00 na Sala Buondi.

Uma história pós-moderna de um amor louco, impulsionada por uma banda sonora industrial hardcore, The Living End é uma obra seminal do cinema queer, onde se exploram as fatalmente e sexualmente românticas consequências da atracção entre gays nos anos 90. O filme explora a conturbada relação entre um par de jovens marginais: Luke, o prostituto sem raízes que o prendam a nenhuma pessoa ou lugar, e Jon, um escritor freelancer, cuja vida e estabilidade são devastadas quando descobre ser seropositivo. Sem nada a perder, eles embarcam numa viagem por uma desoladora, quase surrealista, paisagem americana.

Albert Sackl apresenta curtas
às 17h15 na Sala 3


O realizador Albert Sackl estará presente na Sala 3, pelas 17h15, para apresentar filmes seus que abrem um programa de curtas-metragens incluído na secção Queer Art.

Do exercício sobre o prazer ocioso e erótico da privacidade, à representação de uma carga sexual mais expositiva, passando pelo registo autobiográfico tendo como referente o corpo nu, despojado, a uma procura de extensões artificiais ao mesmo: um programa onde se propõem diversas formas de olhar e pensar o corpo, sob narrativas mais ou menos experimentais. J.F.

Shocking Pinks:
Carla Cruz + Ângelo Ferreira de Sousa

Pensamos nessas pinturas florentinas que levaram jovens a posar para o rosto das madonas, e em Proust quando enreda os sexos com astúcia e inabilidade que dão um prestígio misterioso às suas personagens.
Barbette tem êxito por se dirigir ao instinto de várias salas numa só e agrupar obscuramente sufrágios contraditórios. Porque agrada aos que vêem nele a mulher, aos que adivinham nele o homem, e a outros com uma alma que se emociona pelo sexo sobrenatural da beleza."

Jean Cocteau – Visão Invisível – Assírio & Alvim 2005



Os projectos que a dupla Carla Cruz – Ângelo Ferreira de Sousa têm apresentado resultam de um diálogo convergente relativo aos seus próprios trabalhos pessoais. Os vectores que, entrelaçados, tecem os projectos do colectivo procuram reforçar a eficácia de uma estratégia política de intervenção no espaço "público" ou em espaços de exposição. Esta colaboração, iniciada em 2000 no contexto de uma aventura colectiva mais ampla chamada Caldeira 213 e recentemente retomada com maior intensidade, é por vezes anónima, noutras vale-se da camuflagem que o discurso artístico oferece, mas tende sempre para uma espécie de desaparecimento sem resíduos. A precariedade do efémero é uma forma de luta. Como no caso das acções nos decrépitos edifícios do ex-cinema Águia d'Ouro e do ex-shopping dos Clérigos, situados no centro da cidade do Porto. Em ambos se explora uma ambiguidade sobre a origem do gesto artístico: como "lê" o graffiti deixado no antigo cinema, um eventual transeunte? Um gesto de protesto ou um delírio ao mesmo tempo atlético e poético? Na sequência da visita "turística" organizada ao antigo Clérigos Shopping vários meios de comunicação social se referiram à acção sem nunca citarem (nem desconfiarem) que estavam perante um acontecimento inserido nas actividades de um espaço de arte contemporânea (Apêndice). O abandono em que se encontra a cidade é um terreno fértil onde continuarão a intervir.

Tuesday, September 22, 2009

Lançamento de 'The Celuloid Closet'
em DVD hoje pelas 17h00

O documentário The Celuloid Closet, sobre a histórias das representações de figuras gay, lésbicas, bissexuais e transgender no cinema chega hoje ao DVD em Portugal, em edição pela Midas Filmes. O lançamento tem lugar na Sala Buondi, hoje, pelas 17h00.

The Celluloid Closet é um olhar divertido e provocador sobre Hollywood e a forma como reflectiu e definiu a maneira de pensarmos sobre a homossexualidade. Dos gay cómicos às vampiras lésbicas, das patéticas “rainhas” aos predadores sádicos, dos bons aos maus, as personagens gay existem desde o início da sétima arte. Este filme vai directo ao assunto e confirma o talento de Rob Epstein e Jeffrey Friedman enquanto montadores de ideias e imagens, tirando o melhor proveito de centenas de clips de filmes clássicos, e contando com a narração concisa de Lily Tomlin. Existem inúmeras entrevistas com estrelas de Hollywood, incluindo anedotas contadas por pessoas como Tom Hanks, Shirley MacLaine, Susan Sarandon, Whoopi Goldberg, Tony Curtis e Gore Vidal. Este filme é, por um lado, uma denúncia do sistema hollywoodiano, mas por outro, um olhar livre de preconceitos sobre a exploração de mitos sexuais e a forma como os papéis sexuais evoluíram ao longo do século XX.

Inês Meneses fala com Richard Zimler
sobre Harvey Milk às 19h00

19h00 - 21h30
ESPAÇO LOUNGE, ESPAÇO DA MEMÓRIA

Dia do Stonewall
Eu Conheci... Harvey Milk

No ano em que se assinalam os quarenta anos sobre os tumultos em Stonewall, o escritor Richard Zimler fala-nos sobre a sua presença, durante os anos 70, na São Francisco de Harvey Milk, numa conversa com a jornalista Inês Meneses.

Shocking Pinks:
Carla Filipe

Uma colectânea de piadas ou anedotas auto geradas, retiradas do domínio popular e apresentadas em suporte áudio, acompanhado por desenhos e textos-visuais.
Uma piada ou anedota é uma breve história. Com o fim de provocar o riso de quem ouve. É um recurso humorístico onde são abordados vários assuntos, sendo um deles o dos subgrupos. Tendo as minorias como alvo preferêncial, são comuns as "piadas de bicha", piadas de etnia, piadas sexistas ou de género, que recorrem a estereótipos e subjungam um em relação a outro.
Em conjunto com as anedotas serão apresentados cartazes onde se narram crimes verídicos.

Carla Filipe nasceu em 1973. Vive e trabalha no Porto. Mestrado em "Práticas artísticas contemporâneas" pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto e Licenciatura em Artes Plásticas- Escultura pela mesma Faculdade. Expõe regularmente desde 2003. Esteve ligada a espaços independentes do Porto, entre os quais Salão Olímpico (2003-2005) e Projecto Apêndice (2005 /2007). Das suas exposições individuais destacam-se Quem espera é pobre (2009), Galeria Reflexus, Porto; This things take time (2009), Espaço Campanhã, Porto; Desertar (2007), InTransit, Porto; Wihtout Name (2005), Galeria Quadrado Azul, Porto; Zona de Estar (2004), Salão Olímpico, Porto. Das exposições Colectivas destacam-se Está a morrer e não quer ver (2009), Espaço Campanhã, Porto; Hospitalidade (2009), Hospital S.João, Porto; Part-ilha (2008), Spike Island, Bristol; INTRO (2007) Contretype, Bruxelas; Busca Pólos (2006); Centro Cultural Vila Flor, Guimarães e Pavilhão de Portugal, Coimbra (co-produção com o Museu de Arte Contemporânea de Serralves); Tóxic – O Discurso do Excesso (2005), Terminal – Plano 21, Oeiras; Desenhar o Discurso (2005), Vila Nova de Cerveira; O Homem Invisível (2004), ZDB, Lisboa; Salão Olímpico, Arte Contempo, Lisboa; Pág. 33- Livros de artista (2003), PÊSSEGOpr´aSEMANA, Porto.

Monday, September 21, 2009

David Boneville
apresenta 'L'Arc-en-Ciel'
às 17.30 na Sala 1

O realizador português David Boneville apresenta hoje a curta-metragem L'Arc-en-ciel pelas 17.30 na Sala 1. O filme precede a exibição do documentário Greek Pete, de Andrew Haigh.

Quitterie, uma mulher europeia de 38 anos, mantém viva a paixão por Imamura, o seu parceiro de 18 anos de idade recentemente falecido. Quitterie tem sucessivos encontros com rapazes na rua e trá-los para sua casa. Ela veste-os com roupas pertencentes ao falecido e submete-os a ritos eróticos extravagantes.

Lançamento do DVD
'Fora da Lei'
hoje às 17h00

A Sala Buondi recebe hoje, pelas 17h00, a realizadora Leonor Areal numa sessão que assinala o lançamento, pela Midas Filmes, do DVD do documentário Fora da Lei, que integrou a secção competitiva do Queer Lisboa 11, em 2007. O filme será exibido nesta sessão. A entrada é gratuita.

Teresa e Lena são duas lésbicas que tentaram casar, desafiando a lei. Mas o mediatismo do caso trouxe-lhes ainda mais dificuldades e discriminação. Estas duas mães – e duas filhas – são uma família de facto, mas fora da lei. Para elas, casa, escola e trabalho podem tornar-se grandes problemas. Um documentário que mostra o peso da homofobia na nossa sociedade.

António Botto
hoje no Espaço da Memória

19h00 - 21h30
ESPAÇO LOUNGE, ESPAÇO DA MEMÓRIA

Dia do Antonio Botto
Palavras Queer: Poésia Erótica Queer

Pelas 21.00 sessão de poesia lida pelo actor Luís Filipe Costa e conversa informal com o crítico literário e escritor Eduardo Pitta a propósito de António Botto e sua obra, no aniversário dos cinquenta anos da sua morte.

Shocking Pinks
André Alves

O poder investido nos símbolos e a pertinácia da sua força sobre a corporeidade do físico, parece-nos longínqua, se atentadas a correspondência actual. A desvalorização do simbólico, ou melhor, a ineficácia e a descrença nele, caracterizam a quietude da guerra profundamente gelada em que a cultura visual se encontra. Os problemas da cultura visual parecem continuar viciados à qualidade da tradução, da representação, isolando-se da qualidade de emaranhado, vector, potencial. O próprio registo de mirada entra aqui em conflito, já que uma mirada sem deslocamento, relacionação não possui qualquer valor.
O quadro de análise da qualidade do olhado, da relação do mirado (e até, da miragem), em vista à mais prolixa especulação da cultura visual em conta poder e a qualificação do representado, tem aqui um espaço de interpretação privilegiada. E fá-lo recorrendo a modelos icónicos aceites, reconhecidos e óbvios.
Aludir à clássica definição de Duelo importa como ressalva da importância do símbolo/emblema e a sua consequência sobre as estruturas em que se define. Seja embora esta ideia algo doméstica, e a identificação dessa luta um debate bastante esgrimido é precisamente dela que se molda esta proposta.
"Refreio abjecção reflexo" constitui-se por dois desenhos de grandes dimensões, criados para ocuparem as caixas /vitrinas de vidro existentes no vão de escadas do S. Jorge.
Estes desenhos apresentam e caracterizam os emblemas de duas forças em oposição: Narciso e Medusa. As figuras olham-se e apontam contra o vidro: apontam-se, responsabilizam-se e a quem entre eles se intromete. Na superfície do vidro corre uma linha, como se traçada. É a linha da acção entre o querer ver e ser visto, entre não poder senão a ilusão e o toque como irremediável sinal do abjecto.



André Alves nasceu em Gaia em 1981. Licenciou-se em Artes Plásticas – Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto em 2005 e frequenta o Mestrado em Ensino das Artes Visuais (FPCEUP/FBAUP). É o actual bolseiro da Comissão Fulbright/Fundação Carmona e Costa para a realização de Mestrado em Belas Artes nos E.U.A., para os anos académicos 2009/2011. É membro do grupo de intercâmbio cultural "Identidades", do colectivo artístico "Senhorio", e do projecto "Colector". Participou em várias exposições com destaque para: "Acercado" na galeria Reflexus Arte Contemporânea (2009); "A ordem dos fingimentos" na Casa Museu Abel Salazar (2009); "Tempo" no Museu D.Diogo de Sousa (2009); "Dispersão" no Fórum Cultural de Vila Nova de Cerveira "Apaixonei-me por uma longínqua distância" no Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (2007);"O estado novo que é o antigo" na galeria Reflexus Arte Contemporânea (2007), "Coisa, controlada pelo medo de Identificação" no In.Transit, Porto (2007); "Como ser Invisível" no Museu da Sociedade Martins Sarmento (2006); "Different Places" no Westfries Museum, Hoorn (2006); "All my independent Women I, II & III" uma colecção de trabalhos feministas comissariada por Carla Cruz, em Guimarães, Braga e Lisboa (2005/06); "Aunt Nell Gis" na Kunstvlaai 06 (2006); "3 Large Drawings" no Hotel Mariakapel (2006).

Sunday, September 20, 2009

'A Festa da Menina Morta'
estreia às 22.00 na Sala 1

O filme brasileiro A Festa da Menina Morta, de Matheus Nachtergaele, passa hoje pelas 22.00 na Sala 1. O filme será apresentado por um elemento da produtora.

Desde há 20 anos que uma pequena comunidade ribeirinha do Alto Amazonas celebra anualmente a Festa da Menina Morta. A ocasião presta homenagem ao milagre realizado por Santinho, que após o suicídio da sua mãe, recebeu nas suas mãos, da boca de um cachorro, os trapos azuis do vestido de uma menina desaparecida. A menina nunca foi encontrada, mas o tecido rasgado e manchado de sangue passa a ser adorado e sacralizado. A Festa cresce indiferente à dor de Tadeu, o irmão da menina morta. A cada ano, os habitantes das aldeias vizinhas visitam o local para rezar, pedir e aguardar as “revelações” da menina, que através de Santinho se manifestam no ponto alto da cerimónia. Esta primeira longa-metragem do actor Matheus Nachtergaele é um belo e trágico conto sobre a natureza, simultaneamente cativante e cativa, da idolatria religiosa.Narrado num lírico estilo visual, centrado numa comunidade Amazona, este original filme assinala a génese de uma nova voz no Cinema Brasileiro.

'Toda a Gente nesta Praia é de Lisboa'
às 17h15, na Sala 3
com João Laia

O realizador português João Laia vai apresentar, pelas 17h15, a curta-metragem Toda a Gente Nesta Praia é de Lisboa. O filme integra o Programa de Curtas - 2.

Fugindo da capital rumo ao prazer anónimo em cenário agreste, será possível encontrar alguém diferente? Toda a Gente nesta Praia é de Lisboa responde à questão.

Nuno Ramos apresenta
'La Petite Mort'
na Sala 3 às 17h15

O realizador português Nuno Ramos estará presente na apresentação da sua curta-metragem La Petite Mort, que passa integrada no Programa de Curtas - 2, na Sala 3, pelas 17h15.

Uma juventude entregue ao hedonismo nova-iorquino serve de preâmbulo a uma reflexão à beira-mar sobre o início da idade adulta, em La petite mort.

António Variações
hoje no Espaço da Memória

19.00- 21.30
Dia do Variações
Sounds Queer: Variações sobre o Variações

Pelas 21.00, assinalando os vinte e cinco anos sobre a morte de António Variações, Nuno Galopim fala sobre as influências que o seu trabalho teve na produção musical portuguesa contemporânea. Como nossa convidada especial, temos ainda a realizadora Maria João Rocha para falar sobre o seu documentário Variações (1994).

Shocking Pinks:
Ana Pérez-Quiroga

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A TUA ROUPA FICAVA UM ESPANTO NO CHÃO DA MINHA SALA
.
Há anos descobri num blog português, escrito por uma mulher, algumas das melhores frases de "engate".
Esta tornou-se desde logo a minha favorita. Desde então, tenho aguardado por uma oportunidade para a materializar num néon.
A forma de apresentação das obras em site específico, no âmbito do Festival Queer, pareceu-me o contexto ideal para mostrar este trabalho.
A frase serve de inflexão à construção de uma imagem séria, permitindo leituras bastante abertas.
O humor é aqui chamado a intervir, assim como uma certa sexualidade e erotismo. Esta frase é como um grito na rua ou um piropo sussurrado num encontro amoroso.
O néon, de cor vermelha, remete-nos para um estereótipo cultural que oscila ente o impulso e a paixão avassaladora, até um universo mais abrangente onde


Ana Pérez-Quiroga nasceu em 1960, em Coimbra, Portugal. Vive e trabalha em Lisboa. Licenciada em Escultura pela FBAUL, fez o Curso Avançado de Artes Plásticas do Ar.Co e o Mestrado em Artes Visuais-Intermédia da Universidade de Évora. Trabalha essencialmente com instalação e fotografia, abordando temáticas que giram tanto em torno da crítica institucional e da própria História da Arte, como remetem para um universo mais pessoal e intimista. Expõe regularmente desde 1999, destacando-se as participações institucionais em locais como a Culturgest, Lisboa, Portugal – Disseminações (2001), o Centro de Arte de Salamanca, Espanha – Comer o no Comer (2002), Falconer Gallery, Grinnell, Iowa, USA – Where Are You From? Contemporary Art from Portugal (2008) e, MoCA (Museum of Contemporary Art) - Shanghai – Made in Shanghai (2008). Assim como as exposições individuais no Museu do Chiado/MNAC – Breviário do Quotidino #2 (1999) e Museu Nacional de Arte Antiga – Natureza-morta (2004). Está representada nas colecções de Isabel Vaz Lopes (em depósito no Museu do Chiado /MNAC), Caixa Geral de Depósitos e Câmara Municipal de Lisboa.

Saturday, September 19, 2009

Estreia de 'Ander' às 22h00
com a presença
do realizador e do protagonista

O realizador Roberto Cáston e o actor Josean Bengoetxea apresentam hoje, às 22h00, o filme Ander, na Sala 1. Esta é a primeitra longa metragem de ficção de temática abertamente gay produzida no País Basco.

Ander, um camponês basco na casa dos quarenta, vive sozinho com a mãe e a irmã, em pleno virar do século XX. A sua vida é monótona e reparte-se entre o trabalho na fábrica de bicicletas e os afazeres rurais que divide com a irmã e a mãe idosa de ambos. Mas a sua vida começa a mudar quando um dia, devido a um acidente, se vê forçado a contratar um ajudante peruano, José. A presença do recém-chegado vai alterar inconscientemente as relações entre Ander e os seus familiares e amigos. Quando ele toma consciência de que está a envolver-se emocionalmente com José, tem que decidir se irá transformar a sua vida ou não de forma a inclui-lo.

Monika Treut
apresenta hoje 'Ghosted'

A realizadora alemã Monika Treut estará hoje presente na apresentação do seu mais recente filme, Ghosted, que será exibido pelas 21h30 na Sala 3.

Ghosted é a intrigante história de uma invulgar relação amorosa que faz a ponte entre duas culturas e duas cidades. A súbita morte, em estranhas circunstâncias, da sua jovem amante taiwanesa Ai-ling, leva a artista de Hamburgo Sophie Schmitt a um profundo desequilíbrio emocional. Ela viaja até Taipei para apresentar uma instalação-vídeo dedicada a Ai-ling. Na inauguração, Sophie é abordada por uma persistente jornalista, Mei-li, que a leva a conhecer os famosos mercados nocturnos de Taipei e tenta seduzir a artista, ainda abalada. Mas Sophie rejeita-a e regressa a Hamburgo. Pouco tempo depois, Mei-li aparece de surpresa à porta de Sophie. Depressa esta percebe que Mei-li está secretamente a investigar a morte de Ai-ling. Uma série de estranhos episódios e memórias do seu passado inquietam Sophie. Ela descobre então que no jornal Taiwanês para oqual Mei-Li diz trabalhar, ninguém a conhece e que ninguém com o seu nome entrou na Alemanha. Então, afinal quem é esta misteriosa mulher?

David Färdmar apresenta
a curta 'My Name Is Love'

David Färdmar, realizador da curta-metragem My Name Is Love, apresenta hoje, pelas 17h15 na Sala 3, o seu filme. Esta curta integra o Programa de Curtas 1.

Em My Name Is Love dois jovens encontram-se por acaso na rua, numa romântica noite de Verão. Mas o que parece um inocente engate depressa se torna numa ligação perigosa.

Realizadora e protagonista
presentes na estreia
de 'Betty Santos: Transformismo no Feminino'

A realizadora Margarida Baptista e a protagonista do documentário, Betty Santos, estarão hoje presentes, na sala 3, pelas 19h, na estreia do filme Betty Santos: Transformismo, no Feminino.

O filme tem como objectivos, não só informar e esclarecer o que é o transformismo feminino que se faz, actualmente, em Portugal, como também desvendar e dar a conhecer ao grande público, o trabalho e a vida da única transformista feminina Portuguesa no activo. O documentário engloba uma série de entrevistas a familiares e colegas de Betty Santos, bem como a actores, antropólogos e psicólogos, cujos inesperados testemunhos ficam registados em filme.

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Espaço da Memória
Dia do Francis Bacon

19h00 - 21h30
Sala Buondi

Dia do Francis Bacon

Desafio ao Público: Pintar o Mural
Inauguração oficial da exposição Shocking Pinks

Para celebrar o centenário do nascimento do pintor Francis Bacon, o público do Queer Lisboa é desafiado a desenhar colectivamente um mural exposto na Sala Buondi.
Abertura Oficial da Exposição de Artes Plásticas Shocking Pinks com a presença dos artistas.

Queer Pop: Programa 1

18h00
Sala Buondi

Panorama 2008/09
Sessão comentada por João Lopes e Nuno Galopim
(entrada livre)


The Presets, This Boy’s In Love (Austrália, 2008), de Casper Balsev
Tiga, Shoes (Alemanha, 2009), de Alex & Liane
Roisin Murphy, Movie Star (Reino Unido, 2008), de Simon Henwood
Grace Jones, Corporate Cannibal (EUA, 2008), de Nick Hooker
Sam Taylor-Wood, I’m in Love with a German Film Star (Reino Unido, 2008), de Baillie Walsh
Peter Doherty, The Last of the English Roses (Reino Unido, 2009), de Douglas Heart
Antony & The Johnsons, Another World (EUA, 2008), de Colin Whitaker
Xiu Xiu, Master of the Bump (EUA, 2008), de Courtney Fathom Sell
Final Fantasy, Blue Imelda (EUA, 2008), de M Blash
Pet Shop Boys, Love, Etc (Reino Unido, 2009), de Han Hoogerbruge
Sebastien Tellier, Divine (França, 2008), de Ace Norton

Em foco duas divas pop da música francesa, ambas com extensa e marcante obra visual. Mylène Farmer é uma das mais bem sucedidas cantoras pop da França de finais de 80 e 90. É conhecida sobretudo pelos arrojadose sumptuosos telediscos de alma cinematográfica e desde há muito é um ícone gay em terrenos francófonos. Temáticas queer marcam depois presença na não menos interessante obra em vídeo de Zazie, que desdeinícios de 90 é outra força visível da cultura pop francesa. Entre as duas passam obras de realizadores como Luc Besson, Jean Baptiste Mondino ou Abel Ferrara. N.G.

Exposição Shocking Pinks
inagugura hoje no Cinema São Jorge

As obras estão desde ontem no foyer do Cinema São Jorge, mas só hoje tem lugar a sua inauguração oficial, pelas 19.00, na Sala Boundi, com a presença dos artistas. Ao longo dos próximos dias vamos aqui apresentar os artistas que participam nesta exposição e algumas das suas obras. Hoje aqui fica o texto dos curadores da exposição:

Esta exposição é uma tentativa de provocação. Sobretudo, provocar o que é expectável, dado que é aí que se pode realmente inscrever um desafio aos padrões que instituem o normativo. Porque mesmo quando se trata de abordar o que se entende por desvio, é difícil oferecer protagonismos a agentes menos colados a parâmetros e construções conformes a modelos entretanto ensaiados, por isso previsíveis. Ideias em torno dos fantasmas que assolam o campo social (cujo derradeiro papel, segundo alguns, poderá ser o da desestabilização, da ameaça conducente ao caos, da sabotagem) são na maior parte das vezes ideias feitas – mais claramente na sua propagação por um imaginário tipicamente conservador, de status quo; de forma menos visível, na maneira como a presença de tais ideias se esvai da ameaça que supostamente lhes está subjacente, instituindo-se apenas enquanto tubo de escape numa constelação de complexidades humanas estruturantes que, segundo nos garantem (e nós aprendemos a garantir), importa acima de tudo preservar. Aliás, no contexto dessa preservação assiste-se a um acelerar na procura de consensos alargados, de inclusão dos "transgressores" que, aparentemente, mais não procuram do que uma participação reconhecida e inofensiva num modelo social prevalecente.
No decorrer dos processos apenas esboçados, só a perda de potencialidades possivelmente bem mais interessantes, inscritas numa vontade e manifestação da diferença frente àquilo que naturalmente tende para o nivelamento, parece ser inevitável.
A actividade artística é abundante em produções que procuram pensar os sentidos do mundo noutras direcções, sublinhando a vontade irrecusável de pensar e agir de forma diferente; essa é, afinal, uma das suas mais celebradas qualidades – sendo igualmente uma das menos pensadas e possivelmente das mais temidas. Parece-nos importante tentar resgatar esse potencial, mas de uma forma menos contida e espectacular.
Seria bastante cómodo propor um projecto expositivo que oferecesse propostas caracterizadas pela agressividade ou pelo exercício de choque, ou ainda pela demonstração ilustrada de um ponto de vista correctamente estruturado; de certa forma, seria expectável que isso acontecesse. No entanto, estaríamos a sabotar aquilo que, em conjunto com os artistas e testemunhas desta exposição, nos interessa pensar bem como as formas de o fazer. Tal não passa certamente pela exploração da pose, um previsível tique decorativo sem qualquer possibilidade de abalo que se sobrepõe excessivamente a muitos dos discursos correntes na produção artística. Isso é por demais assinalável tanto nas propostas supostamente desligadas de toda e qualquer preocupação fora do âmbito "estritamente artístico", como nas obras que circulam e adquirem a tão ambicionada visibilidade com o apêndice das "preocupações" (ideológicas, políticas, humanitárias, etc).
O que nos interessou foi deixar pontas soltas. Na escolha dos artistas, na observação sobre as suas propostas (cujo resultado passa por esta apresentação), no estabelecimento de limites definidos capazes de encerrar um ponto de vista sustentado... Seria também bastante mais fácil ancorar qualquer uma destas linhas numa dissertação carregada de eficácia e segurança com princípio, meio e um confortável fim, capaz de assegurar a mais-valia de modelos que demonstrassem como e quando e a que propósito pensar a diferença.
Mas, em consonância com os verdadeiros agentes do que é estranho, do que se quer distinto, daquilo que é capaz de abalar e deixar novos incómodos, preferimos não o fazer. Esta proposta pretende assentar sobre essas formas de vontade, esquivando-se à pedagogia inscrita numa tentativa de lição sobre o que pode significar queer em Portugal (nem sequer nas artes portuguesas, e ainda que implicitamente esse seja um dos dados deste projecto), mas evitando igualmente o embate amordaçado do atordoamento com lugar marcado. Tudo aqui é mais subterrâneo, e implica necessariamente uma outra disponibilidade – ou pelo menos o fascínio de olhar por aí.
Procurou deixar-se passar (sem o deter) o contexto que nos interessou abordar de uma outra maneira, permeável às formas como os artistas apresentados a pensam, neste contexto e para este momento. Essas formas de pensar tocam-se, convidando-nos a participar nesse contacto e experimentação. Aqui está implicado um dos propósitos fundamentais desta exposição: ensaiar uma possibilidade de pensar a diferença, não de uma forma contida e exemplar, seguindo o trilho de um lado ao outro; mas em terreno aberto, instável, onde a inquietação de cada um possa concretamente tornar-se activa e participar.

João Mourão e Nuno Ramalho
Curadores da exposição Shocking Pinks

Thursday, September 17, 2009

Queer Lisboa 13: Dia 1
18 de Setembro


21h00
Gala de Abertura
Cerimónia de Abertura com a apresentação do Queer Lisboa 13, do Júri Internacional e dos Convidados Oficiais


22h00
Filme de abertura
Morrer como um homem
(To Die Like a Man)
de João Pedro Rodrigues (Portugal, França, 2009)
v.o. portuguesa e alemã legendada em inglês

Era uma vez uma guerra... Numa noite escura, um soldado deserta. Tonia, uma veterana do espectáculo de travesti lisboeta, vê desabar o mundo à sua volta. O seu estrelato é ameaçado pela concorrência das artistas mais novas. Pressionada pelo seu jovem namorado, Rosário, a assumir a identidade feminina, submetendo-se a uma operação de mudança de sexo, Tonia luta contra as suas convicções religiosas mais profundas: se, por um lado, quer tornar-se a mulher que Rosário tanto deseja, por outro, acredita que perante Deus nunca poderá ser essa mulher. E o soldado desertor, o filho que ela tinha abandonado em criança, vem à sua procura.
Tonia descobre que está doente. Com o pretexto de visitar o irmão de Rosário, foge para o campo com o namorado. Perdem-se numa floresta encantada, um mundo mágico onde encontram a enigmática Maria Bakker e a sua amiga Paula. E este encontro vai mudar as suas vidas.

Monday, September 14, 2009

Queer Lisboa 13: o spot



Spot promocional do Queer Lisboa 13, realizado por João Pedro Rodrigues

Queer Lisboa 13: A programação

O programa completo do Queer Lisboa 13 já se encontra disponível aqui.

Queer Lisboa 13: A apresentação

Num ano em que a crise económica internacional marca as vidas de todos, é bem sabido que a cultura, não tida como um bem essencial, é uma das primeiras vítimas de sucessivos cortes orçamentais, particularmente por parte da iniciativa privada. Apesar de um decréscimo na ordem dos 20% em termos de orçamento global em relação à sua edição anterior, foi-nos possível garantir os principais apoios para a presente edição, de forma a mantermos a qualidade que o nosso público merece e a que nós nos exigimos. Desta forma, o Queer Lisboa 13 – 13º Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, a decorrer entre 18 e 26 de Setembro, nas três salas do Cinema São Jorge, promete continuar a ser a maior celebração da cultura queer no nosso país.

Com um total de 95 filmes programados, pretendemos que esta selecção seja uma mostra do melhor que foi produzido nos passados dois anos, de entre os mais de 500 títulos que foram visionados pelos nossos programadores. O Cinema Queer é já um género estabelecido e o Queer Lisboa a sua principal montra entre nós. E é esta responsabilidade que foi estruturando o Festival nas suas diferentes secções, oferecendo uma leitura temática e crítica destas mesmas cinematografias, para além de um conjunto de novidades na presente edição que, partindo do cinema, celebram a cultura queer nas suas mais diversas manifestações.

Na Gala de Abertura do Queer Lisboa 13, a decorrer no dia 18 às 21h00, na Sala 1 do Cinema São Jorge, será apresentado o Júri Internacional e Convidados Oficiais, bem como toda a programação e eventos do Festival, numa cerimónia que promete algumas surpresas…
Como filme de abertura será exibido, no dia 18 de Setembro, pelas 22h00, em antestreia nacional, Morrer como um homem, a nova longa-metragem de João Pedro Rodrigues, com a presença do realizador, elenco e equipa técnica. O filme teve primeira exibição mundial no Festival de Cannes em Maio deste ano. Antes de Lisboa o filme terá ainda estreia americana no Festival Internacional de Cinema de Toronto. A sessão conta com apoio da Rosa Filmes e da Zon-Lusomundo. Depois de em 2000, no 4º Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, termos apresentado a sua primeira longa-metragem, O Fantasma (2000), para uma sala ocupada bem acima da sua capacidade de 700 lugares, no Fórum Lisboa, é uma honra para nós acolher a antestreia nacional do mais recente filme de João Pedro Rodrigues. A estreia comercial do filme em salas portuguesas está marcada para o mês de Outubro.

Numa nova iniciativa, o Festival irá dirigir anualmente o convite a um realizador nacional para realizar o spot publicitário. O Queer Lisboa 13 contará assim com um spot de 20 segundos idealizado e realizado por João Pedro Rodrigues, com a voz de Ana Zanatti. Pretende-se que este importante veículo de promoção do Festival seja, ele próprio, cinema. Todos os anos, um novo realizador emprestará a sua visão à construção da imagem do Festival.

Na Secção Competitiva para a Melhor Longa-Metragem de Ficção, com 10 títulos a concurso, o júri internacional é este ano constituído pelo escritor Richard Zimler (E.U.A., Portugal), pela actriz e encenadora Isabel Medina (Portugal), pelo crítico de cinema Boyd van Hoeij (Luxemburgo), pela programadora Florence Fradelizi (França) e pela programadora e distribuidora Ricke Merighi (Itália). O Júri desta secção elegerá o Melhor Filme, Melhor Actor e Melhor Actriz.

Na Secção Competitiva para o Melhor Documentário concorrem 10 títulos e o Melhor Filme será escolhido pelo Júri constituído pelo psicólogo Nuno Nodin (Portugal), pela programadora Melissa Pritchard (Alemanha) e pelo realizador Oded Lotan (Israel).

A Secção Competitiva para a Melhor Curta-Metragem conta com 26 filmes a concurso, e o Melhor Filme será eleito pelo público do Festival, segundo votação de 1 a 10 à saída de cada sessão. O valor pecuniário dos prémios da competição, patrocinados por diversas entidades privadas, é de 1.000,00€ para a Melhor Longa-Metragem, 1.000,00€ para o Melhor Documentário, e de 500,00€ para a Melhor Curta-Metragem. Os prémios de Melhor Actor e de Melhor Actriz da Competição para a Melhor Longa-Metragem, são Prémios de Menção.

Este ano, na Secção Panorama Longas-Metragens, foi programado um conjunto de títulos que aborda a temática da juventude. Foram frequentes as histórias de saída do armário e de descoberta da sexualidade que marcaram o cinema gay na sua fase de afirmação nos anos 1990. As seis longas-metragens que propomos nesta secção revelam-nos como a abordagem desta temática específica evoluiu nestes últimos anos, cruzando-se, quer com temas mais sombrios e arriscados, quer com uma percepção de múltiplas formas de viver-se a sexualidade, com cada vez menor peso de qualquer factor traumático.

Uma aposta ganha da edição anterior do Queer Lisboa foi, sem dúvida, a Secção Queer Art, dedicada às cinematografias mais experimentais e de carácter mais marginal, bem como a uma mostra documental versando as mais diversas personalidades que contribuíram para a afirmação e divulgação da cultura queer. Para a presente edição do Queer Art, dedicaremos dois programas ao particular trabalho de dois realizadores: o austríaco Albert Sackl e o americano Michael Cox, em duas propostas de perspectivar a representação do eu. No formato de Longa-Metragem, serão exibidos três documentários e uma ficção – quatro propostas radicalmente diversas entre si e ilustrativas do factor de transgressão na arte. Por fim, um programa de curtas lésbico e um programa gay, onde um conjunto de realizadores propõem uma forma particular de olhar e pensar o corpo, fecham esta secção.

Ainda no contexto do Queer Art, e numa procura de cruzar as várias linguagens e abordagens à cultura queer, este ano apresentamos uma exposição de artes plásticas, com curadoria de João Mourão e Nuno Ramalho. Com inauguração marcada para as 19h00 do dia 19 de Setembro, a exposição Shocking Pinks estará patente nos vários espaços do Cinema São Jorge, até final do Festival. Participam na mostra os artistas plásticos: Ana-Perez Quiroga, André Alves, Ângelo Ferreira de Sousa + Carla Cruz, Carla Filipe, João Leonardo e Luísa Cunha, com uma participação especial do colectivo CALHAU!

A Secção Queer Pop apresenta este ano dois programas de telediscos, comentados por João Lopes e Nuno Galopim. O Programa 1 é uma mostra do mais emblemático que foi produzido nos últimos dois anos, em termos de cruzamento das linguagens musicais com as estéticas queer audiovisuais. O Programa 2 é uma homenagem a dois nomes maiores da música francesa, Mylène Farmer e Zazie, dois casos onde o uso do teledisco foi sempre mais além do mero objectivo promocional. O Queer Pop conta ainda com a exibição de dois documentários: um sobre a banda Pansy Division e um outro dedicado a esse nome maior do panorama musical norte-americano, Arthur Russell.

Às meias-noites na Sala 1, estão de regresso as populares Noites Hard. Não restam dúvidas hoje que a pornografia gay foi pioneira e teve uma importância central na legitimação da homossexualidade. Durante anos, foi neste cinema que jovens (e menos jovens) gays, se reviam, não só em termos do seu desejo, mas como percepção do mesmo como coisa normal. As Noites Hard do Queer Lisboa 13 prestam homenagem a este cinema, através de um conjunto de sessões vintage, gay e lésbicas. E porque o cinema de conteúdo mais explícito não se restringe aquele hoje amplamente divulgado pela indústria para adultos, é esta também a oportunidade de conhecer um conjunto de produções recentes de cineastas que exploram este género, elevando-o a novos patamares de experimentação visual e narrativa.

Outra grande novidade da presente edição do Queer Lisboa, é a criação do Espaço da Memória. Durante sete dias consecutivos, a Sala Buondi abre-se a todos, entre as 19h00 e as 21h30, de forma a celebrar um conjunto de efemérides. Através da programação de concertos, sessões de poesia, sessões de cinema, conversas com várias personalidades ou desafios ao público, assinalaremos os cem anos sobre o nascimento do pintor irlandês Francis Bacon, os vinte anos sobre a morte de António Variações, os cinquenta anos sobre a morte de António Botto, o 40º aniversário dos motins de Stonewall, os dez anos volvidos sobre a morte de Amália, os vinte anos da queda do muro de Berlim e os quarenta anos sobre a morte de Judy Garland. Ainda no contexto do Espaço Lounge, serão exibidos dois filmes, ligados a estas efemérides: Westler: East of the Wall, de Wieland Speck, e The Wizard of Oz, de Victor Fleming, em cópia de 35mm, numa colaboração da Cinemateca Portuguesa com o Queer Lisboa, e que terá exibição em grande ecrã na Sala 1.

Presente há já vários anos no Queer Lisboa, será de novo montado o Queer Market, a funcionar no foyer do 1º piso do Cinema São Jorge, com a venda de livros e DVD de temática queer. O Queer Market tem sido o reflexo de como – embora ainda lentamente, se comparado com a restante Europa ocidental –, o mercado nacional livreiro e da distribuição em DVD tem aderido a esta temática. No decorrer do Festival, associamo-nos ao lançamento de mais três DVD em território nacional: The Living End, Fora da Lei e The Celluloid Closet.

No Sábado, dia 26, às 21h00, tem lugar a Gala de Encerramento do Queer Lisboa 13. Oportunidade para conhecer os vencedores das diferentes categorias das secções competitivas, anunciados pelo Júri Internacional. Às 22h00, será exibida a longa-metragem norte-americana Were the World Mine, realizada por Tom Gustafson, uma comédia musical gay, vencedora de dezenas de prémios nos mais prestigiados Festivais de Cinema.

Uma vez mais, o Cinema dos E.U.A. é aquele mais representado na presente edição do Queer Lisboa, reflexo da pujança do mercado comercial e independente neste país, com um total de 29 filmes. A produção portuguesa está representada com um total de sete títulos, a par com o Brasil. Outros países com uma expressiva representação são o Reino Unido (9), a Áustria (9) ou a Alemanha (8). Países com uma crescente produção de cinema queer, como a Coreia do Sul, México, Israel, Tailândia ou Taiwan, estão de igual modo presentes na nossa programação.

O Queer Lisboa 13 está lançado. E porque o Cinema Queer é um Cinema que fala das vidas de todos e todas, também este Festival é para todos e todas. São as vidas de todos nós no grande ecrã. Estamos no São Jorge à sua espera!

João Ferreira
Director do Queer Lisboa