Esta é a trama que nos conduz à história, no presente, que vemos em Red Without Blue. O filme lembra a cadência narrativa e, inclusivamente, certas marcas de estilo do Tarnation de Jonathan Caouette. É mais que uma mera colagem de entrevistas. Antes, dissemina-as, ciente de que há uma narrativa a contar, e não apenas palavras a escutar. Usa o flashback, observa os protagonistas e o ambiente que os envolve, sugere mesmo processos de empatia (as figuras, apesar de reais, quase têm uma aura de cativantes personagens de ficção), evita as habituais “rasteiras” televisivas e usa, nos momentos certos, uma banda sonora bem escolhida (de Antony & The Johnsons e CocoRosie aos Magnetic Fields). O filme assenta, apesar das incursões pelo passado, no presente que assiste ao reencontro dos irmãos. Tocante, cinematograficamente exigente, Red Without Blue é um dos melhores documentários LGBT dos últimos anos. N.G.
Está já no mercado internacional uma edição em DVD de Red Without Blue. O DVD (lançamento em zona 0) tem leitura em qualquer aparelho. Além do filme (com 74 minutos de duração), o DVD propõe alguns extras interessantes, nomeadamente uma galeria de cenas cortadas (revelando estas uma correcta opção dos realizadores), imagens (em fotografia e uma sequência em vídeo) do trabalho artístico de Mark, uma entrevista com os gémeos onde se fala dos efeitos do filme nas suas vidas e na sua relação com a família, e uma outra, feita pelos irmãos aos três realizadores, onde estes explicam como chegaram a esta história, a transformaram em cinema e depois viveram o impacte que a exibição de Red Without Blue tem vindo a ter, sobretudo no circuito de festivais de cinema. A edição não é legandada.