(sala 2, 18.00)
O amor e a sexualidade vividos entre dois homens no teatro da guerra colonial, e sobre o quadro de fundo dos dramas que a acompanharam, cedo encontraram expressão na literatura portuguesa. O cinema fez-lhe eco mais recentemente com 20,13 (na imagem), do realizador Joaquim Leitão. Em contrapartida, a sociedade portuguesa parece ter interiorizado um persistente tabu na abordagem e na discussão pública dos temas relativos à guerra, entre os quais a sexualidade, hetero em geral e homo em particular, experienciada no seio das tropas, ou nas relações entre estas, as populações africanas e as sociedades coloniais. Por outro lado, sabe-se hoje que a mobilização maciça suscitou o encontro e o sentimento de uma pertença comum a pessoas que depois se haveriam de reconhecer nas identidades gay e lésbica. Com as necessárias ressalvas de escala, de percurso histórico e de contexto social e cultural, trata-se de um fenómeno idêntico ao ocorrido nos Estados Unidos da América no pós-Segunda Guerra Mundial.
Participações:
Guilherme de Melo (Jornalista e Escritor, Lisboa)
Domingos Oliveira (Actor e Escultor, Lisboa)
Debate moderado por:
António Fernando Cascais (Associação Cultural Janela Indiscreta)