Realizado em 1982 por Arthur Hiller, Making Love é um filme marcante na história da relação do cinema com o universo da cultura queer dado que representou o primeiro drama de produção maisntream por um grande estúdio norte-americano a representar personagens homossexuais sem o recurso aos estereótipos até então quase sempre presentes.
Em traços largos, Making Love retrata um coming out tardio por um jovem médico, casado e até então com sinais públicos de futuro aparentemente feliz ao lado da sua mulher, a única que consigo partilha um raro gosto por musicais da dupla Gilbert & Sullivan. Zack Eliott (Michael Onktean) é o jovem médico de Los Angeles que, até então, esconde aos outros (e até mesmo a si) um desejo que continua a guardar no armário. O encontro com um escritor (Harry Hamlin) leva-o a enfrentar de uma vez por todas os seus receios, decidindo inclusivamente romper o casamento com Claire (interpretada por Kate Jackson). Decisão que mantém firme, mesmo depois de confrontado com o facto do escritor, que motivou toda esta revolução, lhe revelar que não deseja manter o relacionamento entre ambos. O mais interessante de um filme, cinematográfica e narrativamente convencional, revela-se na forma como oferece, sem veicular leituras morais, duas visões distintas de modos de vida gay, o jovem médico em busca de um relacionamento fixo e longo, o escritor procurando antes encontros ocasionais.
Making Love, por enquanto, está apenas disponível em DVD num lançamento norte-americano (zona 1) de 2006, no catálogo da 20th Century Fox.